Se você é um fã de filmes de guerras, provavelmente já acompanhou alguma cena em que o código morse era usado como ferramenta de comunicação entre soldados. Muito usado pelo governo e militares, o código morse foi uma estratégia usada durante a guerra. Acompanhe o artigo para entender como esse sistema funcionava!
O que é o Código Morse?
O chamado Código Morse é definido como um sistema de comunicação binário, que representa letras, números e sinais de pontuação por meio de um sinal cifrado e irregular.
Para explicar de uma forma mais detalhada, esse sistema é composto apenas por dois símbolos e são as suas combinações que criam as letras, palavras e mensagens em si. Os pontos (.), no Código Morse são chamados de dits e os traços (-) de dahs.
Os sons curtos são os dits (pontos), enquanto os dahs (traços) são os longos, sendo três vezes maiores do que os curtos. Existem intervalos de tempo determinantes para a passagem de letra para letra.
Assim, uma pausa maior sinaliza que a palavra está completa e o ouvinte pode decifrar a mensagem adequadamente.
Como surgiu o Código Morse?
Os filmes que retratam a Primeira Guerra Mundial, em sua maioria, apresentam esse sistema comunicacional. Mas, a sua criação veio muito antes desse período histórico.
Portanto, voltando alguns anos atrás, o Morse foi desenvolvido por Samuel Finley Breese Morse, em 1835.
O pintor estava frustrado com a demora dos mensageiros em percorrerem os Estados Unidos. Samuel passou a sentir na pele essa lentidão por volta de 1820, quando o artista morava em New Haven, no estado de Connecticut.
Na época, sua esposa estava grávida, mas ele havia recebido uma proposta de trabalho que o fez ficar longe de sua amada perto da concessão da luz. O pintor havia sido convidado a pintar o retrato do Marquês de Lafayette, militar que atuou na Revolução Francesa e da Guerra da Independência estadunidense.
Após uma semana de estadia, um mensageiro chegou até Morse e lhe disse que sua mulher tinha entrado em trabalho de parto e não passava bem. A ausência de informações o deixou revoltado e desesperado. Samuel Finley até voltou correndo para sua cidade, mas sua esposa já havia falecido.
Portanto, diante dessa triste história, ele começou a pensar em soluções que evitassem que outra pessoa passasse pela mesma agonia por essa demora dos mensageiros.
Testes e o lançamento oficial
Em 1844 antes do lançamento oficial, houve um teste entre as cidades de Washington e Baltimore. A mensagem teste enviada foi: “Que obras fez Deus!”.
Nessa época, esse sistema transmitia somente números e fazia uso de um dicionário para relacionar os numerais as palavras. Porém, notando a dificuldade desnecessária desse processo, o Morse teve uma evolução e foram criados códigos para as letras também, o que viria a passar uma mensagem mais completa e direta, ainda que complexa.
Os anos seguintes também trouxeram novas revisões e alterações para esses sistema, até que em 1865 houve uma oficialização do Morse pelo Congresso Internacional Telegráfico.
Entretanto, a visibilidade do Morse que vem pela Primeira Guerra Mundial não é à toa. Visto que, durante esse período ele foi amplamente utilizado e, inclusive, no Estreito de Dover, em 1899, foi realizado oficialmente o primeiro resgate no mar depois de um pedido de socorro utilizando o Código Morse.
Assim, até o ano de 1998, foi empregado como padrão internacional de comunicação marítima. E, em 2003, ocorreu a inserção de um código para representar o “@”. O novo caractere facilitou o envio de endereços de correio eletrônico por Código Morse. Vale ressaltar que esta foi a primeira adição ao Código desde a I Guerra Mundial.
Posteriormente, essa linguagem foi substituída pelo Sistema Mundial de Socorro e Segurança Marítima.
Ainda é usado nos dias de hoje?
Fora das telas, o Código Morse ainda é utilizado entre alguns grupos de escoteiros e radioamadores. Sendo, assim, parte da grade curricular do exame para licença de radioamadores no mundo todo, por exemplo.
Além disso, o Morse também tem sido utilizado em competições de altas velocidades. Assim, através dele, os vencedores são anunciados e, esse método tem um desempenho superior aos usuários de SMS por celular.
Alguns músicos também aproveitam para inserir mensagens codificadas em suas melodias utilizando o esse sistema, o que desperta a curiosidade dos fãs em decifrar os enigmas.
Quer um exemplo nacional disso? Na música, A Revolta dos Dândis II dos Engenheiros do Hawaii, uma continuação da faixa de abertura do álbum, existe um encerramento com sinais de código morse. A mensagem nada mais é do que um pedido de socorro feito através do som da guitarra do Iron Maiden na música Empire of the Clouds, que narra o acidente sofrido pelo dirigível britânico R101, na sua primeira viagem em 1930.
Então, viu só como há muito mais do que imaginamos por trás desse sistema de comunicação? Isso e muito mais a respeito da história do mundo, você estuda na graduação de História da Unigran USA.
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